ZELO PELA DEMOCRACIA

As informações que diariamente recebemos é consequência das atuais mídias que fomentam, certamente, diferentes opiniões que, oriundas de muitas - e é certo! - informações deturpadas e muitas delas não verídicas. É preciso com urgência intelectual ter zelo pela democracia.
Somos, todos os brasileiros, vítimas. Quando não investigamos ou quando não procuramos ler outros meios midiáticos, nos tornamos presa fáceis da não informação. Acabamos nos tornando aquilo que Karl Marx observou no século XIX quanto à massa desinformada e sem conhecimento: "alienados".
Não proponho um texto e nem tão pouco listas de pensadores, mas o momento atual do Brasil merece prudência e generosa observação. O que não podemos deixar sair de nossas mãos é a conquista de nossa democracia que, tão jovem, pode cair nas mãos de um grupo que nos usará e nos tomará a liberdade.

PRAÇA PÚBLICA: ÁGORA DA CIDADANIA

As metrópoles (grandes cidades), em suas estruturas, sempre foram espaços de manifestações, opiniões e construção da identidade de um povo, do povo que a formavam. Desde a civilização grega, as ágoras (praças públicas), tiveram papel importante nas discussões dos problemas dos cidadãos e da cidadania (produção de alimento, roupas, trabalho, educação, saúde...). A política (organização da pólis = Cidade-Estado) foi o meio necessário para "democraticamente" tornar os bens um Bem para o Bom, ou seja, estruturada a Pólis, havia a necessidade das leis, da ética (ethos) que formava, assim, a capacidade de organização e vida digna para os cidadãos gregos. A praça pública era o lugar das discussões, das decisões e da manifestação comum de todos.
Herança dos gregos, outros povos também observaram a necessidade das praças. Para alguns lugar de encontros, de conversas informais,... Para outros o lugar da convivência comum,da apresentação da arte, do circo, do pão. Das praças de muitas metrópoles decisões tão importantes: políticas, religiosas, étnicas,... As civilizações foram construídas por meio da opinião e da evolução da educação, da cultura, das leis, das religiões...
Hoje precisa-se repensar qual a finalidade de nossas praças. Não apenas refletir em termos de decisões, mas refletir sobre o que se pensa para mudar o que está aí, o que pensamos em mudar. Talvez esse seja o mais enfático paradoxo de nossa contemporaneidade.
Quem vive (sobrevive) numa metrópole conhece as mais diversas complexidades que nela existem. O trânsito, sem dúvida, é em nossas cidades um problema sério. Não está nada fácil nos locomover de um ponto ao outro considerado tão próximo, observando - e experimentando! - transtorno gigantesco: o tal engarramento. Ouvimos de muitas pessoas de outras metrópoles que a situação é comum a todas. O resultado "desse transtorno" são pessoas estressadas, batidas incoerentes, vítimas, mortes, infrações, má educação, deslealdade,... entre outros adjetivos oriundos de um problema cada vez mais grave que é o trânsito de nossas cidades. 
Diariamente somos vítimas do trânsito mal organizado e "mal intencionado", provocando, quem sabe, doenças psicológicas, cardíacas, neuroses afins.
Nossas ágoras agora estão nas câmaras municipais. O que nossos vereadores têm feito para melhorar a vida dos que vivem nas metrópoles? Que projetos de lei se tem criado, proposto para tornar a vida do trânsito mais fluente e propício para a vida dos cidadãos? 
É impressionante que, em plena realidade metropolitana, com a rapidez que se constroem veículos mais modernos e confortáveis, não se pensou em caminhos que possibilitassem o direito de homens e mulheres viverem com mais segurança. Cidades aonde ciclovias e faixas de pedestres são pouquíssimas e as que temos são desrespeitadas, o outro - que é pedestre e ciclista - sempre é ignorado.
Minha razão não consegue entender que, em pleno século 21, ainda existem procissões em dia de santo! Os religiosos podem e tem o direito de manifestar sua crença, mas o que percebo é que o olhar sempre é para si mesmos - repetindo o que muitos de nós fazemos: ignorando o outro que é também cidadão como eu. Que em horários de pico o trabalhador (a) depois de um dia longo e cansativo  de trabalho deseja chegar em sua casa e merecer o descanso para ter forças e continuar no dia seguinte sua lida, mas esbarra-se em caminhadas, procissões, entre outras situações desagradáveis... 
Quem sabe os nossos vereadores (aqueles que vêem a dor dos concidadãos) preocupem-se com um entre tantos problemas que hoje as metrópoles enfrentam. Estupefatos estamos, pois a "nossa praça", a ágora da civilização grega, se limitou a poucos cidadãos eleitos por nós, mas que poucas vezes (ou nada) tem feito para cuidar daquilo que é o bem da cidade: seus moradores, seus cidadãos. 
Não se quer aqui implodir idéias e falácias, tão pouco criar ódio a "x" ou "y". Se quer sim, refletir e pensar nossa cidade como o espaço de participação e de responsabilidade de todos nós.